Houve um tempo em que eu evitava ouvir certas músicas, sentir certos cheiros, ir a certos lugares para não encontrar-te; para não ver-te nos meus pensamentos. Cheguei a evitar a minha própria cama, pois lembrava de você deitado nela, olhando para mim, me pedindo carinho. Me lembrava da sua voz rouca falando que me amava, que ia casar-se comigo. Cobertos pelo fino manto de amor, varávamos a noite fazendo planos, pensando em ter quatro filhos; em fugir para o mar. Morar em uma casinha de sapê, ficar juntos para sempre, carregar sempre nas lembranças o amor do outro. O afeto, o carinho, as palavras... Me diz agora: por que tudo foi em vão? Pra onde você foi?... E por que se foi? Eu sinto saudade de você, fico preocupada, sem saber como você está. Com quem está. Me dói não saber se você continua da mesma forma. Se ainda faz a barba daquele jeito e chupa aquela bala de hortelã com um gosto péssimo. Se você ainda tem mania de ligar do confidencial e quando atender, desligar. Se você ainda coça a cabeça quando está sem graça e tem alergia a gatos. Se você ainda gagueja tocando violão e se ainda sabe tocar a nossa música.
Bem, eu sei que sou uma guerreira, mas sem você, amor, eu desisto. Você era um tudo dentro de mim, era a minha fonte de sonhar. Agora, tudo isso se esgotou. Você se foi, levou as minhas cores e minha magia. Levou tudo, até o pouco de você que ainda tinha em mim.
Mas não se preocupe, só se lembre de mim toda vez que um outro alguém te puxe para perto, te abrace, te dê um beijo; te diga as palavras certas... São as palavras da minha boca que eu não tive a oportunidade de dizer...
Nenhum comentário:
Postar um comentário