Pensericando (com açúcar, com afeto)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Deixe a lembrança


Eu amei muito você, sei que nunca disse isso, mas você também não, então eu pensei que tudo ficava subentendido, nós nem sabíamos o quanto nos desejávamos. Se você tivesse ligado essa noite como prometeu teria lhe contado algumas coisas que não teria coragem de escrever aqui... Uma mentira boba, meio impossível, mas que nos sustentou durante esse tempo. Nunca te contei sobre isso, não sei por que, talvez por vergonha ou medo, quem sabe... É claro que estes ínfimos detalhes não fazem mais importância agora que você se foi.

Semana passada disse que sonharia com você, por ironia do destino, realmente o fiz. Sim, eu sonhei com você e te vi bem perto de mim. Pude sentir-te afagando meus cabelos. A essa altura não sabia mais se estava sonhando ou imaginando. Ultimamente passo dias imaginando, sonhando em te encontrar, pensando no que fazer ou falar, pode parecer bobagem, mas acho que um dia; quem sabe possamos nos encontrar entre as esquinas.

Eu não me esqueci de ti, não consegui tirar a imagem do seu rosto dos meus pensamentos e as palavras que me disse. Não me esqueci que amanhã é dia 23 e do significado que esse dia tem (ou tinha) para nós. Eu não PODIA esquecer, claro que não. É impossível esquecer, ao menos agora. Pode ser que amanhã, semana que vem, daqui um mês ou um ano eu nem lembre mais, mas hoje a saudade, a vontade de te ver, escutar sua voz está martelando loucamente dentro de mim.

Não sei se está certo conjugar esse sentimento no passado, porque eu não deixei de gostar de você, o apego não foi embora e nem vai assim de um dia para o outro e se o seu já saiu voando é porque foi sustentado apenas por palavras e coisas que na verdade nunca existiram. Mas quem sou eu para te julgar dessa maneira?

É claro que agora eu sinto falta de um colo que não tenho mais, de palavras que se tornaram letra morta e de mais mil coisas que não valeriam à pena ser citadas aqui. Esperamos muito e não correspondemos a isso. Sinto muito se um amor a dois não foi suficiente para nós.

Eu realmente sinto muito, mas não mudaria nada, foi tudo lindo, completo, simples, direto, complexo... Não existem palavras. Infelizmente não encontrei uma palavra que descrevesse de forma direta o que somos, ou fomos. Complico-me com o passado e o presente. Hoje nós vemos que as coisas não foram bem do jeito que imaginávamos que seriam, ou que sabíamos que não seriam, mas insistíamos em pensar que se ajeitariam e no dia seguinte estaríamos bem e felizes, como sempre mentíamos.

Aprendi, acho que em partes com você mesmo que não devemos prosseguir com algo que sabemos que não terá futuro, que não dará certo. Nós dois sabemos que é provável que se eu estivesse continuado aqui (ou você) as coisas acabariam da mesma forma, ou não. Não quero pensar muito para não voltar atrás, ver um feixe de uma possível reconciliação. Sabemos que doeria muito mais (você nem imagina o quanto está doendo, doendo muito, intensamente, demasiadamente). É melhor escapar mesmo, covardemente, deixando apenas uma lembrança, dando um sorriso ao lembrar. É melhor, melhor que acabar com tudo de uma vez só.

Tudo vai passar, pode ter certeza. Foram-se os efeitos dramáticos.

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