Pensericando (com açúcar, com afeto)

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Contente improviso



Lá longe de toda falsa devoção, apenas as flores brotadas na beirada dos muros testemunhavam nossos desejos. A rede em que abandonávamos murmúrios sustentava afetuosamente o nosso amor que de tão puro não sabia nem da força que tinha. As árvores zuniam enquanto os pássaros cruzavam entre nós com seu canto sublimado...
Aquela friagem de fim de tarde me fazia arrepiar até o último fio de cabelo e o jeito com que você me fazia carinho por todo o corpo me deixava alucinada. Fechar os olhos e aceitar que estava perdidamente deslumbrada por você foi a única saída...
Jamais experimentei tamanha amabilidade em somente pensamentos meigos, sorrisos desdobrados para o resto do mundo, olhares serenos e em sua essência me invadindo inteira num contorno sutil, sagrando cada curva de contemplo.
Nada carece ser ponderado, o calado do nosso amor fala imensamente mais alto que mil versos. Então continuamos a ser assim, sentimentos à flor da pele, sem muito tempo para admitir que os ditados se infiltrem, com as medidas primorosas das nossas mãos atreladas e o melhor: com o coração sossegado, a cada dia mais contente por ter improvisado a escolha exata. 

Um comentário:

  1. "Nada carece ser ponderado, o calado do nosso amor fala imensamente mais alto que mil versos."

    será que alguem está amando? rs
    Ta lindooo!

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