E agora?

E agora, o que eu faço com o pesar que jaz em meu peito? E agora, meu bem? Como eu faço para abarrotar o vazio aqui?

E agora, como eu me deslembro de tudo se meus ouvidos ainda ouvem teus murmúrios?

E agora, como trajo aquele vestido sem escutar suas repreensões?

Venha, meu bem. Estou sentindo falta de você na sacada da minha casa nas abrasadoras bocas de noite.

E agora? Meus caracóis ainda estão anexos no teu peito, as cordas do seu violão ainda soam em meus tímpanos.

Não... Eu não anseio mais aprender suas apreciações a respeito do que vestir; com quem pisar e aonde ir. Eu não quero seguir meu caminho sem suas pupilas dilatadas me acompanhando.

Não me apetece que você faça um tutorial para me ensinar a viver sem você. A propósito, não desejo fazê-lo.

Logo me encontro entre quatro muralhas, chovida em minha cama, revendo nossas fotografias, revivendo estações, sorrindo comigo própria, fantasiando-te ao meu lado.

E agora? Estou aguardando por você...