Pensericando (com açúcar, com afeto)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O tal casal.


A noite estava principiando-se a cair. O Sol tentava chamar atenção de todos, apenas para dizer que a noite seria Lua para novamente iluminar o casal, o céu e noite de domingo.

Entre momices, sorrisos, beijos e abraços o casal caminhava por entre as ruas parecendo apenas um ser.

O que vivia em meio aos dois? O que os acoplava daquele modo? Ninguém compreendia.

O mundo prosseguia revolvendo, pessoas peregrinavam loucamente pelas vias e carros passavam em alta velocidade, mas para os dois amantes não existia nada além. O planeta pertencia a eles, somente a eles. Eram eles quem determinavam as regras e o universo nascia todos os dias para resguardar o jovem casal.

Seria ele quem cuidaria dela, quem a abraçaria quando relampejasse e esquentaria suas mãos numa interminável noite de inverno. Ela por sua vez o confiou amor infindável. Seria ela quem sentiria sua falta quando cansasse de esperar o ponteiro percorrer vagarosamente todo o relógio. Ela o aguardaria ansiosamente e faria a ceia quando ele chegasse com fome.

Parecia um contrato, os dois estavam comprometidos até o fim de seus dias. Isso não lhes parecia um castigo, ao contrário. Sentiam prazer imensurável em ficar juntos. Quanto mais afeições ofereciam, mais agrados embolsavam. Era um sentimento recíproco. Quando o entardecer trazia o sereno, eles se amoldavam num pequeno colchão e varavam a noite contando casos e asneiras; revelando pequenos segredos.

Eles se contemplavam com tanta ternura que seus olhos os entregavam.

A donzela docemente depositava-se sobre o ombro de seu amado e cerrava os olhos. Ele percorria as mãos entre seus cabelos e a apreciava dormir. Havia uma sintonia entre os dois vinda de outras vidas; havia um laço indestrutível entre eles que nada nem ninguém poderiam mostrar-se maiores.

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