Pensericando (com açúcar, com afeto)

sábado, 28 de agosto de 2010

Uma delicada lembrança


Estava em um papo descontraído com meus amigos até começarem a falar de saudade.

Saudade do colegial, da primeira namorada, de uma época boa, de uma festa, de um amigo, de um ente querido, do colo da avó... Saudade de tudo que não volta mais. Saudade de ficar na rua conversando com amigos até tarde, de deitar abraçadinho à mãe.

A saudade...

O que é este sentimento? É quando o coração não consegue mais suportar ficar longe de coisas que nos foram boas? É ter uma vontade imensa de sentir o passado e querer sentir o coração pulsar rápido entre as veias como um dia já pulsou? Talvez seja uma coisa que ninguém encontrou o significado certo. Saudade é saudade. É querer voltar no tempo, talvez concertar algo, ou ficar ali parado; fazer tudo de novo como havia sido feito antes, e poder sentir de novo o que hoje nos é tão raro.

Imediatamente parei de prestar atenção na conversa e o mundo parou em minha volta.

Por onde você anda? Onde está o seu perfume destilado no meu para alimentar meu pulmão viciado em ti? E seus maravilhosos olhos chamejantes me devorando? Estão eles devorando outros corpos ou com fome de uma isca antiga? Talvez um amor anoso, uma paixão de verão que carrega junto uma delicada lembrança? Uma lembrança com cheiro doce de cereja e azul da cor dos sonhos; assim como os que partilhamos durante tardes de sol e noites chuvosas. Aqueles dias que seguimos juntos, enfrentando tudo como se fossemos um só.

Faz tanto tempo que não o vejo que talvez nem saiba mais reconhecer seu sorriso em meio essa confusão que eu mesma criei. Se bem que é quase impossível esquecer tudo que aconteceu. Os choros, as confusões; um amor sem ciúmes. Foi tudo completo, como se houvesse um pedaço de nuvem aos meus pés.

E quem ainda escuta a canção que se ouvia pelas ruas nos bares onde freqüentávamos? Lembra? Às vezes eu me pego cantando ela e não consigo disfarçar a emoção. Tantas pessoas diziam ser “delas”, mas na verdade ela foi feita para nós dois.

Sinceramente, não há tempo que passe que me faça esquecer.

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