Pensericando (com açúcar, com afeto)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Nosso sexo



Em meio ao cheiro do incenso misturado aos nossos perfumes, ao êxtase de, finalmente, poder te ter por inteiro, lá estávamos nós... Separando o que era música para nossos ouvidos do que eram gemidos desmanchados pelo ar; dos murmúrios com versos atrevidos, sensuais... De início você ainda estava um pouco tímido, com o cabelo desajeitado, com os modos de andar, sentar, olhar medrosos...
Calculei minuciosamente como atravessar para perto de você. Aos poucos fui me aproximando, sussurrando coisas nos seus ouvidos, pegando em suas mãos suadas, nervosas... Logo você entendeu o que eu queria e permaneceu por um tempo me observando, deixou o violão recair sobre o sofá e se justapôs ao meu rosto. Lasquei-lhe um beijo e nossas respirações começaram a ficar ofegantes.
Quem diria... Como eu podia imaginar tudo isso se naquele dia você foi tudo, foi de mais para mim. Seu rosto silenciou minhas dúvidas e me apresentou parte do nosso cuidado e entrega. Nossas mãos estavam espalmadas, sentindo nossos sexos com tanta volúpia. Seu corpo hoje é o guardião de todo meu prazer, de toda essa vontade de viver e lembranças de uma noite que não teve mais fim... (ao menos não para mim)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Faça-me sua mulher




Sei lá que é... Nem sei que versos eu uso para falar que é que foi para mim, que é que eu senti. É que já faz tanto tempo que eu não falo de você por aqui que até me perdi do tanto que o nosso amor é deleitoso.
Proferem que é difícil não lembrar o que nunca se esqueceu, mas quantas estações fazia que eu não sentia o mel da tua boca. Dá-me vontade de gritar aos quatro ventos: eu faço-me, faço-me, faço-me sua mulher!
Deslembrei-me do efeito colateral da interação dos nossos corpos. Tanto faz, sei que não é um equivoco entre grande amizade e se apaixonar. É que quando nossos lábios se emaranharam, eu tive um desejo desmedido de dizer: eu te amo... E quanto!
Amo-te mais que minhas forças, que minha obrigação de não te namorar loucamente e adentrar de cabeça; entregar-me a você.
O pior de tudo é que você sempre soube que eu era sua, no entanto ninguém poderia saber. E eu...? Eu sempre confiei que seu amor me era prometido sem urgências.
Foi tão natural pela nossa intimidade e tão misterioso pela nossa amizade que enquanto nossos corpos se tocavam, nossos corações de tão forte que batiam, confidenciavam segredos e entre sussurros, sorriam... Sei lá que é que estou experimentando, só posso dizer que é belo e infinito agora, só agora.
Amo meu amigo, amado, amante... 

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Amor,


Desculpe-me, eu não queria ser tão seca e grossa como eu sou às vezes. Desculpe se te destrato nas vezes que chego descabelada e cansada do trabalho. Desculpa se deixei de ser aquela mulher radiante que parava o transito ao passar. Desculpa, meu cabelo deixou de ser louro avelã para se tornar um ruivo desbotado.
 Desculpe-me... Eu deixei de cuidar de nós, esqueci do nosso amor e até de mim mesma. Esqueci do nosso afeto, da nossa intimidade, dos nossos carinhos e do nosso compromisso. Perdão, eu me esqueci de tudo, mas não de você.
A cada dia que deito em nossa cama, aquela que escolhemos juntos; sinto você se distanciando, suas mãos bem longes das minhas... Meu Deus! Isso me dói tanto... Dói o nosso desejo de viver e nossa falta de tempo para fazer isso. Sem ensejos nem objetivos, estamos perdidos dos nossos princípios, de nós mesmos...
Que motivo há?  A cada dia procuramos mais por palavras escondidas, por um bom dia, um beijo de despedida... Não parecemos mais nós dois, não temos mais vida. Em cada esquina que passamos, deixamos mais um pouco de nós e nos tornamos transparentes e daltônicos.
Meu amor, não nos deixe morrer, não se esqueça de mim, não se esqueça de nós. Lembra-te? Concordamos que se algum dia tivéssemos problemas, com certeza não seria por falta de felicidade. Sei que mesmo na confusão dos nossos problemas, nas nossas discussões, sou eu sempre que lhe darei amor. Afinal, lhe confiei meu amor eterno... Não deixe que a cor cinzenta do céu nos faça perder a graça da vida.
                   Com carinho, sua amada. 

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Quem poderá perceber todo encanto?



Não vou esquecer-me do dia que tu chegaste com aquele olhar agateado e indagou se havia algum lugar em meu peito para ti. Lembro-me que fiquei sem respostas, contei que não poderia permitir que tu entrasses em meu coração... Tu te espantaste e perguntara o porquê. Eu puramente sorri e aceitei que o silêncio falasse por nós.
Não sabia o quanto o mundo era belo, o quanto os verões eram quentes e o céu azul. Não sabia do gosto gelado do sorvete em nossas bocas ardentes... Não sabia que tu tinhas o poder de cativar as pessoas como me cativaste. Tampouco que meu coração podia bater tão desacertado e prosseguir completo... Muito menos que encontraria abrigo no curso do teu umbigo, nos caracóis do teu cabelo, no levantar da tua sobrancelha.
Somos desatados demais para nos limitarmos a qualquer conversa... Então nós sorrimos, estalamos os dedos, cruzamos as pernas, balançamos os pés e tudo está combinado, já desembaralhamos todos os segredos e arquitetamos novas normas... Quem poderá perceber todo encanto além de ti?
Dê-me uma prosa fina sem começo ou fim... Dê tempero aos meus sonhos, brinque comigo pelos campos das minhas ideias, ria escondido de minhas preces... Então por fim posso admitir que tu não precisaste de permissão para viver meu amor, se sempre foras o principal. 

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Apodreceu o nosso fruto proibido



Passei um tempo marchando pela calçada sombria, sem perceber que eu mesma era o pretexto e a resposta de todos os enigmas que me assombravam.
Fiquei muito tempo longe de você, do seu carinho, das suas mãos, olhos, beijos e abraços...Distanciei-me das flores, dos dias de sol e de tudo que eu tinha idealizado para nós. Pensei em tudo que queria lhe dizer, ensaiei na frente do espelho.
Pensei em palavras gentis, talvez até com rimas. Versos doces que soassem bem aos seus ouvidos, mas que de nada adiantaram, quando lhe vejo simplesmente perco as palavras e os sentidos. Você funciona como um tipo de hipnose. Não sei explicar.
Você ainda estava chateado; eu pude decifrar nos seus olhos, chamejantes expeliam fúria e rancor. Talvez nem a mais formosa música, os cheiros mais suaves e o mundo todo pintado de azul tirassem toda essa mágoa de dentro de você.
Estava chateado com não sei o quê, isso que me preocupa. Se eu ao menos soubesse o que te chateia, mas não sei o que fiz, nem o que fazer. Ao menos não mais. Estou esgotada de tudo; de você. Estou esgotada da sua maneira fútil de falar da vida alheia e banalizar o amor.
Sinto lhe informar, mas é bem provável que eu já não lhe estabeleça apego, tudo que eu possuía você sugou; levou para ti, me deixando consumida.
Certamente, esta não é a ocasião certa para lhe tomar em meus braços, ou sair correndo. Vou permanecer aqui, meramente. Apenas não espere que eu lhe peça para voltar.
Sei que era exatamente isso o que você espera ler dos meus lábios, mas logo me lembrei de ontem, quando implorei que você voltasse e tudo que pude escutar foi um “nem pensar”. Chorei, mas aquela garota ingênua ficou no passado, como o amor que um dia por ti senti.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Dê-me paz sem culpa



Os meus olhos faíscam ao te ver. Quando você sorri, eles cintilam mais possantes que a estrela do norte confiada pela boca da noite. Quando eu ouço sua voz, uma alegria interna toma conta do meu ser; eu vou até a lua, sem pressa de regressar...
Eu guardo em mim todo o charme. Preservo um todo de você em minha alucinação, seu anjo, seu louco, seu desejo, seu bem e seu mal.
Seus apreciares abrem para mim todos os encantos. Um beijo doce que me empresta alegria, que me dá paz sem culpa. Um perfume de furacão, calor humano de um homem forte que me serena.
Ainda guardo aquele batom para gastar fazendo um molde na sua boca, para perguntar se ainda tem meu cheiro em sua face.
Nosso planeta Afrodite está à nossa espera. É a última oportunidade de nos aventurarmos. Vem, a única coisa que eu verdadeiramente quero dizer é para que você cuide de mim como cuida de você.