Pensericando (com açúcar, com afeto)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Exclusivamente você


Hoje eu despertei cedinho, antes mesmo do sol. Para ser mais sincera, nem cerrei os olhos direito. Desde segunda-feira estou aguardando chegar domingo para te ver adocicar na minha boca. Desde segunda estou esperando ansiosamente para fitar seu sorriso, sentir seu doce hálito no meu pescoço e te ter nas mãos. Estou insana de cobiça, minha boca garoa mel.

Que saudade, amor. Sua companhia é o maior presente que eu poderia receber. Uma semana é tempo demais para pulsar sem você por perto.

O sol se montou apresentando mais uma aurora. Imediatamente pulo da cama e vou para o chuveiro. Penso em mil fantasias, no que dizer e fazer quando te achar. Adoto meu mais perfeito sorriso e lanço pelos aposentos do edifício minha fragrância. Bastará suportar um tempo para transformar-se no nosso aroma pelo ar.

Há coisas em você que me perpetram tão bem. Existe uma reciprocidade entre nós dois, uma afeição invejável. Eu te adorarei de segunda a segunda, até domingo chegar para que meus conflitos e inquietações cotidianas sejam apaziguados pelo seu semblante impecavelmente maravilhoso, sua voz em ligeiro tom de veludo, seus olhos de moleque e seu rosto de perversidade, de homem que enlouquece qualquer mulher. Você tem um jeito singular, você é arrebatador, é meu melhor amigo e meu amor.

Você me proporciona momentos exclusivos... Amo quando você convoca para que eu fique reservada e faz cara de desentendido. Adoro seu ar de reproche, quando fala que eu não valho nada, mas mesmo assim pega na minha mão à noite para irmos dormir juntinhos, abraçadinhos, de conchinha; acoplados um ao outro. Gosto quando você me dá palestras, me leciona a viver a partir de suas teses.

Eu gosto de você bem desse jeito que você é. Gosto de você desde o primeiro dia que te vi, com aquela blusa branca e um jeans desbotado, tão despreocupado que me deixou curiosa. Ar de quem não procura um compromisso, como no primeiro dia de carnaval, no qual até quem está namorando passa a ser solteiro. Você é misterioso. Deixa-me o dia inteiro esperando uma ligação que em contrapartida só é recebida no final do dia, de madrugada, quando você já está deitado fazendo sabe-se lá o que.

Você briga comigo e diz que não foi coisa alguma, me abraça e me beija, fazendo-me deslembrar que sou uma ingênua mortal e tenho problemas. Você é você, exclusivamente, unicamente VOCÊ. O meu amor, meu príncipe perdido, desvairado, vindo de outros mares, confiado notadamente para mim, moldado para cobrir meus defeitos e completar minhas virtudes.

Obrigada, carrego-te comigo onde quer que vá, anjo de asas coloridas... (meu portal para um universo paralelo, antes desconhecido, talvez ignorado)

A casa esconderijo da realidade


Já são 19h30min, com esse horário de verão o Sol rabugento insiste em permanecer a pino por mais tempo, deixando a Dona Lua chateada, por demorar mais para chegar com sua doçura como um queijo, iluminando as estrelas e tudo ao seu redor. Os pássaros passam apressados, indo para suas moradias levar comida para seus filhos e esposas, que os esperam ansiosamente com saudades. A cigarra canta em triste tom uma melodia que serve como um embalo para os bois serem levados até o cocho, guiados por belos cavalos pampas com as crinas balançando pelo ar.

A panela de pressão solta pela casa um delicioso aroma. Logo o amado vai chegar faminto, depois de um dia cansativo. Tirara tanto leite da vaquinha de três tetas que hoje à noite teria doce de leite feito no fogão à lenha para a sobremesa.

E quanto às crianças que brincam no quintal?! Quanta leveza em cada gesto, quanta ingenuidade. Os peões rodam pela terra batida e a lagoa é apedrejada por coquinhos baba-de-boi que são arremessados de longe numa competição para ver qual alcança maior distância.

A bela moça de tranças grossas fica abiscoitando tudo pela janela de seu quarto, enamorando o filho do caboclo da fazenda vizinha. A moça usa um vestido rosa de renda até os joelhos que sua mãe costurara com toda delicadeza. A velha sogra permanece sentada no sofá da varanda a tarde toda, com saudade de seu amado que depois da vaquejada nunca mais apareceu. Costura para esquecer as tristezas e não deixar a depressão que é coisa de gente fraca chegar para fazer uma visita. Tece tantos cobertores majestosos, que servem de abrigo nas noites de roda de viola para os compadres ficarem aquecidos envoltos da fogueira enquanto saboreiam uma bela costela de boi na brasa ou a canjica feita pela moça namoradeira. O camarada chega do vilarejo vizinho para a tal roda de viola que acontece a cada 15 dias, ou quando o boi já está no ponto para virar comida. A roda de viola, onde o compare comparece para cantalorar junto de seus comparsas tomar uma pinga da boa e enamorar a moça bonita das grossas tranças.

As cartas invadem a sacola do carteiro, que peregrina loucamente pelo vilarejo, distribuindo noticias, dizendo dos bons ventos que chegarão. Moça namoradeira, toda manhã espera o carteiro debruçada na porteira. Espera receber as cartas de seu admirador, em letras de forma dizendo: "Estou louco para ver-te novamente. Engorde os bois, pois quero ver-te logo, não consigo me conter de saudade. Se a minha falta não couber dentro do teu peito, escreva uma carta para mim, mande rápido um monte de beijos para relembrar aquelas noites e me espere na sua janela, quero tocar uma palhinha para você enquanto não chega sua idade para eu me apresentar oficialmente para teu pai e pedir tua mão. Beijos, morena!"

[...]

As estrelas se principiam a cair. Bela lua, finalmente chega trazendo o luar, o frio... Um vento gélido que suplica um aconchego, um sorriso, brilho no olhar, uma prosa boa e uma generosa fatia de queijo preparado pela mulher do leite da vaquinha acompanhado do café quentinho.

Oh, como é boa essa vida da roça. O forró é do bom, a pinga é da brava. Boa e simples vida, ò compadre, essa é a vida que ocês da capitar precisa.

Uma casa esconderijo da realidade, das balas, que antes de mel, hoje de chumbo. Uma casinha de sapê, com a panela de pressão domingo de manhãzinha exalando o aroma de carne de porco, as corujas testemunhando olhares, apertos de mãos que se entregam, ilegais... E os bem-te-vis anunciando a chegada de mais um dia de trabalho no campo, seguido de um cochilo na rede ou de uma pesca com minhoca no anzol e um cigarro de palha fedorento no canto da boca.

Venham de bom grado, visitantes são sempre bem vindos na casa esconderijo. A casa da árvore sempre tem uma cama para os visitantes refugiados coberta pela colcha tecida de remendos, juntos da saudade da velha. O cheiro de terra molhada em meio uma tempestade e a iluminação com grandes tochas de querosene quando os bambuzais batem na rede elétrica fazendo a luz acabar e os banhos com a água esquentada na panela de barro no fogão à lenha, depois distribuída pelo corpo nas canecas, fazendo-o arrepiar inteiro e sentir o frio chegar à espinha.

Venha, pode vir... Todos precisam caminhar por um jardim em flor, fugir da violência, do caos da cidade. Traga o final de semana da roça para seu coração, sua mente, sua rotina e viva a vida intensamente, com simplicidade, do melhor jeito que pode ser vivida.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A varanda


A varanda protege o majestoso casal em tarde quente de primavera. A varanda em que os pássaros vão buscar migalhas da broa de fubá feita atenciosamente pela velha. A varanda em que os moleques brincam descalços. A varanda que ouve as prosas alheias, sem abafar um ínfimo detalhe. A varanda onde o ar cruza depressa, improvisando graça para as folhas secas que caem da árvore ao lado. A varanda que abriga a noite e os belos pés saltitantes.

Suntuosa varanda, sempre corajosamente posta para resguardar seja quem for. Corajosa varanda transforme-me em ti. Faça-me desse modo. Faça de meu coração uma varanda, na qual possa abrigar calorosamente toda e qualquer pessoa ou objeto. Encha-me de simpatia e simplicidade para que os outros se aconcheguem e sintam-se em casa. Faça-me e cometerei o pecado de fazer tudo abrolhar mais belo.

Oito ou oitenta


Antes da noite, que venha a tarde.

Antes que eu enlouqueça, que você esteja do meu lado!

Antes do completo, a metade.

Qual artifício é maior?

Antes da bondade, a outra parte de nós.

Antes do amor, a dúvida.

Antes do beijo, um abraço.

Antes do certo, o duvidoso.

O que vale mais a pena?

Antes do recomeço, um encontro.

O que te interessa mais?

Antes de você, o que mais importa?

Antes do final, as dificuldades.

Antes da resposta, a curiosidade.

Antes do aperto de mão, uma troca de olhares,

Antes da calma, um vulcão

Antes do sol, a chuva.

O que te chama mais atenção?

Antes que o tempo lhe carregue, antes que seja tarde demais...

Oh, lua


A lua fora culpada por eu ter lhe experimentado. Quanta audácia! A lua cometeu um crime espantoso junto de suas fiéis estrelas e fez-me descobrir teus bondosos olhos verdes em meio tantos corpos.

Veja como tu estás luminoso! Teus encantos me lideram!Adicionar vídeo

Ainda lhe ouço em minhas fantasias, dizendo-me bem desse modo: abrace-me logo, preciso do teu calor!

Quanta petulância! Quem tu pensas que és para atingir meu coração como Colombo chegando às Índias?

Quem lhe disse que eu ambicionava tua presença?

Tudo bem, você me derrotou.

Não estou me policiando mais, estou prontamente refém de seus atrativos.

Sim, permaneço ao teu fluxo, lhe pertenço!

Outra vida


Não quero nem pensar. Não quero refletir sobre idealizar outra vida em que você não esteja presente. Não tem como, finalmente consegui compreender a magnitude do bem que você me faz e no tanto que estou focada em você.

Quiçá num outro plano nascêssemos novamente. Eu faria questão de mudar minha rota, atravessar mares e mares e me transformar no que te agrada... Exclusivamente para te incluir novamente nos traços da minha mão; faria tudo precisamente similar ao que estamos fazendo agora.

Trar-lhe-ia vagarosamente à minha vida, deixaria o tempo mostrar quem realmente somos. Olharia em seus olhos sempre ao falar contigo, ligaria ao ver algo que me lembrasse você; faria o sentimento ir florescendo aos poucos até chegar num ponto em que um não conseguisse mais respirar sem a presença do outro. Por que não? Não vejo mal algum em repetir tudo que estamos fazendo agora, estamos cada vez mais entrelaçados...

Embora não possa fazer isto, penso em cuidar de ti; da sua vida. Vigiar seus pensamentos e me acrescentar neles, como um astro fora de órbita.

Fugiria para o mar com você e seriamos cobertos pelas estrelas. Embora pareça que estamos apenas contando histórias de amor, poucas pessoas vêem o quanto é difícil comparar nosso sentimento com qualquer coisa que exista no mundo. Nosso sentimento é fantasiado, sublime, inventado. Ninguém dirá que é tarde demais. Apenas nós dois sabemos do que acontece entre a gente.

"Nosso amor é nossa cama, não empreste a ninguém, não"


Não me solicites que olvide, recuse ou renuncie-me a sentir tudo isso. Eu não irei. De jeito maneira. Não vou mais ambicionar pessoa alguma agora que encontrei quem alcança minhas virtudes, me faz faiscar e improvisa uma bela canção de amor. Uma balada com mariposas na barriga e interior saltitante.

Pronunciei adeus aos anoiteceres gélidos de solidão. Abiscoitamos um admirável costume de estar perto sem estar. Saiba que é isso que nos conserva, a nossa conivência nos fortalece a cada dia mais. Sou toda de olhares, palavras, sorrisos, afetos e ligações... Sou toda sua, sua e de mais ninguém. E você é meu. Eu te apresento num aspecto que sei que nenhuma outra senhora poderá possuir. Nem similar, quanto menos idêntico.

Justamente por isso guardo-te em calado. Nem todos podem saber do meu amor. Tu conheces o mau tom to alheio. Não há coisa alguma que possa nos resguardar, nosso amor é imaginado, é abstrato. Amor invisível aos olhos dos distantes. Permaneça, então, meramente mantendo-nos em mistério, pois o resto se ajusta.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Deixe a lembrança


Eu amei muito você, sei que nunca disse isso, mas você também não, então eu pensei que tudo ficava subentendido, nós nem sabíamos o quanto nos desejávamos. Se você tivesse ligado essa noite como prometeu teria lhe contado algumas coisas que não teria coragem de escrever aqui... Uma mentira boba, meio impossível, mas que nos sustentou durante esse tempo. Nunca te contei sobre isso, não sei por que, talvez por vergonha ou medo, quem sabe... É claro que estes ínfimos detalhes não fazem mais importância agora que você se foi.

Semana passada disse que sonharia com você, por ironia do destino, realmente o fiz. Sim, eu sonhei com você e te vi bem perto de mim. Pude sentir-te afagando meus cabelos. A essa altura não sabia mais se estava sonhando ou imaginando. Ultimamente passo dias imaginando, sonhando em te encontrar, pensando no que fazer ou falar, pode parecer bobagem, mas acho que um dia; quem sabe possamos nos encontrar entre as esquinas.

Eu não me esqueci de ti, não consegui tirar a imagem do seu rosto dos meus pensamentos e as palavras que me disse. Não me esqueci que amanhã é dia 23 e do significado que esse dia tem (ou tinha) para nós. Eu não PODIA esquecer, claro que não. É impossível esquecer, ao menos agora. Pode ser que amanhã, semana que vem, daqui um mês ou um ano eu nem lembre mais, mas hoje a saudade, a vontade de te ver, escutar sua voz está martelando loucamente dentro de mim.

Não sei se está certo conjugar esse sentimento no passado, porque eu não deixei de gostar de você, o apego não foi embora e nem vai assim de um dia para o outro e se o seu já saiu voando é porque foi sustentado apenas por palavras e coisas que na verdade nunca existiram. Mas quem sou eu para te julgar dessa maneira?

É claro que agora eu sinto falta de um colo que não tenho mais, de palavras que se tornaram letra morta e de mais mil coisas que não valeriam à pena ser citadas aqui. Esperamos muito e não correspondemos a isso. Sinto muito se um amor a dois não foi suficiente para nós.

Eu realmente sinto muito, mas não mudaria nada, foi tudo lindo, completo, simples, direto, complexo... Não existem palavras. Infelizmente não encontrei uma palavra que descrevesse de forma direta o que somos, ou fomos. Complico-me com o passado e o presente. Hoje nós vemos que as coisas não foram bem do jeito que imaginávamos que seriam, ou que sabíamos que não seriam, mas insistíamos em pensar que se ajeitariam e no dia seguinte estaríamos bem e felizes, como sempre mentíamos.

Aprendi, acho que em partes com você mesmo que não devemos prosseguir com algo que sabemos que não terá futuro, que não dará certo. Nós dois sabemos que é provável que se eu estivesse continuado aqui (ou você) as coisas acabariam da mesma forma, ou não. Não quero pensar muito para não voltar atrás, ver um feixe de uma possível reconciliação. Sabemos que doeria muito mais (você nem imagina o quanto está doendo, doendo muito, intensamente, demasiadamente). É melhor escapar mesmo, covardemente, deixando apenas uma lembrança, dando um sorriso ao lembrar. É melhor, melhor que acabar com tudo de uma vez só.

Tudo vai passar, pode ter certeza. Foram-se os efeitos dramáticos.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

You got me


Lembra uma vez que estávamos conversando e eu perguntei por que você ainda pensava em ficar ao meu lado?! Pois bem, aquela conversa me fez pensar melhor sobre nós dois, e eu cheguei à conclusão que tudo que você disse era recíproco.

Eu quero ficar pertinho de você não só por um motivo, mas por um MONTE deles. Você tem a medida certa de coisas que me faltam, faz meu coração pulsar mais rápido, me faz sorrir, me passa confiança, etc, etc (é claro que não caberiam em uma folha de papel as suas qualidades). Não sei se isso é verdadeiramente bom, mas você confirmou o que eu disse há algum tempo. Realmente, existem pessoas, casais, amigos, amantes que conseguem ser mais rápidos que a saudade, que os quilômetros que os distanciam, que a correria do dia-a-dia e os outros mil obstáculos que se tornam pequenos quando comparados ao valor que um dá ao outro.

Você me mostrou que tudo valeu à pena. Aquela noite na praia não poderia ter sido melhor, tampouco diferente. Foi tudo lindo daquela forma. Hoje tudo isso faz uma sintonia imensa no que somos.

Recordo-me que naquela mesma noite comentei com alguns amigos que havia conhecido um cara. Enganei-me. A verdade é que eu não conheci um cara, apenas. Eu conheci “O CARA”.

Ei, você consegue ver a sorte que eu tive?! Foi como se eu tivesse acertado todos os números da mega-sena, mas em contrapartida só poderia pegar o prêmio aos poucos, para não ficar perigoso de não saber usá-lo e perde-lo todo de uma vez só.

É claro que no inicio não gostei, bati o pé e disse que queria tudo de uma vez só, que não me contentaria em ir recebendo o que seria meu aos poucos. Depois eu vi o porquê daquilo, vi como é gostosa a arte da conquista, “truque do desejo”. A cada dia que passa te quero mais. É como “ter a coisa mais importante do mundo sem possuí-la”. Você me tem. Nunca gostei muito de admitir isso, mas o coração nem precisou pedir licença. Você me tem de um jeito irreverente, de um jeito que nenhum cara teve ou terá (assim espero). Você tem mais que “meu corpo”. Você tem meu coração, meus pensamentos, meu amor e meus desejos mais ocultos. Você está presente dentro de mim, conjugado no passado, presente e futuro.

“I can’t pretend thought I try to ride, I like you. I like you...”

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Encontre-a... No mar


Então ele a lança aquele olhar que só eles sabem. Ele a olha com aqueles olhos de jabuticaba, como quem tem todas as respostas de seu universo particular. Ela diz que não, mas adora quando ele a liga para mandar beijos, somente. Ela gosta de escutar suas asneiras e o som do seu violão.

Não é de se acreditar, mas ela passou a noite toda deitada sobre a rede, olhando as estrelas e escutando o som das batidas das ondas do mar. Ele estava há quilômetros de distância de sua amada, tocando cordas soltas do seu violão, imaginando-se ao lado dela, sentindo seu doce perfume, cantando uma canção de amor.

Ele trocaria o paraíso para escutar sua voz sussurrando palavras de amor ao pé de seu ouvido. Ele queria, precisava vê-la. Ele precisava dizer tudo que estava entalhado em sua garganta, dizer que não queria viver sem ela, que não queria deixar de estar ao lado dela, que se os dois fossem um só poderiam ser mais rápido que a saudade e menor que os quilômetros que distanciavam um do outro. Como ele desejava tê-la por perto...

Ele fugiu para o mar. Não agüentava mais ficar um dia sequer sem vê-la. Será que ela estaria lá? E se ela estivesse com outro alguém em seu lugar? Não importava. Só de pensar que veria seu rosto já estaria feliz.

Finalmente ao chegar a vê por entre a areia. Brincando com o vento que batia em seus cabelos, molhando devagar o pé nas ondas que vinham saudá-la.

Ele não conseguia controlar sua emoção, não precisava. Quando ela o vê, corre ao seu encontro. Ela abre um sorriso e diz: que bom você veio.

Ele não consegue falar nada, então ela pega sua mão e o convida para dar uma volta. Obediente ao comando, ela o leva docilmente ao longo da praia. Sem dizer uma palavra sequer. Estava tudo subentendido, novamente.

Ela o leva a um lugar fantástico, para em sua frente e balbucia com a cabeça baixa: eu nunca me esqueci de ti.

Estarei aqui na volta


“Vou parar de querer-te apenas quando parar de respirar”. Foi a última coisa que lembro-me claramente surgindo da tua boca antes de toda desordem. Tu parecias saber perfeitamente o que estava fazendo. A maneira que articulavas teus versos não me deixava um feixe sequer para contrapor com argumentos ignorantes.

Tu questionavas-me por que eu não desistia de ti, de imaginar nós juntos. E sorria, mostrando todos os dentes quando eu dizia que não valia à pena; que preferia sofrer as conseqüências desse insano amor.

Quanto tempo perdido, quantas palavras em vão... Por vezes disse que havia me esgotado de todo meu ser, que não queria tomar conhecimento sobre tuas apologias, ouvir tua voz ou ver teu rosto. Dizia que não defendia que meus olhos, ouvidos, e cada minúsculo nervo de meu corpo fossem dignos desta patifaria que por vezes eu mesma criei. Tentava dizer inúmeras vezes para meu interior que merecia mais, que não iria sujeitar-me aos teus planos.

Por que eu fazia isto?! Tu sabes que na volta eu estarei aqui, esperando-te ansiosamente. Às vezes odeio-te por quase um segundo, e depois te admiro mais, te quero mais e ambiciono cada vez mais tu bem pertinho, cobrindo-se do meu cobertor, fazendo-me caricias.

Quiçá foi-se junto de nosso apego a força que nos juntou. Os anjos que nos abençoaram estão fadigados de tentar tapar os buracos de nossos corações enchendo-os de nós mesmos. Acho que agora é cada um por si. Foi-se aquele tempo em que meu mundo girava ao teu redor.

O segredo da vida é viver


Deixe esses detalhes vis de lado, deixe o sol sair anunciando a chegada de mais um dia. Ande pela noite atrás de novos sentimentos. Deixe que a vida se encarregue de cuidar do seu coração. Consinta que sua alma fique arejada. Corra, pule, cante, dance, sorria contra o vento. Carregue consigo todos os sonhos do mundo. Ame quem te faz feliz, não tenha medo de onde seus pensamentos podem te levar. Receba o que é do seu agrado. Solte sorrisos pela passarela e ame a imagem que se reflete em seu espelho. Observe as mariposas, espere as surpresas da vida. Deixe o tempo passar apressado, se encha de coisas para fazer. Faça seus dias virarem apego. Sorria sem se preocupar com o que foi feito. Não permita nunca que o amor saia voando pelos ares. Admita que o vermelho do sol invada o chão da sua casa pela janela e saia pintando seu coração. Solte purpurina pelo ar. Descanse seus pés em água gelada e deixe que o amor caia sobre nós.
Alegria!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Meu corpo concorda com o seu jeito


Não tenho costume de escrever sobre ti por aqui. Não estou me vangloriando, nem sendo irônica. Eu simplesmente nunca encontrei palavras capazes de expressar tudo que quero. Tu és uma pessoa digna de um jantar à luz de velas, acompanhado de uma boa musica.

Não te inquietes quando eu disser que prometo. Sei que sou um pouco atrapalhada, mas vou cuidar de ti. Não te assombres se eu cair sobre teus pés, apenas desejo permanecer fixamente ao teu lado. Não questione minhas palavras, simplesmente aceite esse amor.

Peço apenas que me permita gostar de ti. Permita que eu faça parte da sua vida. Permita-me!

Após algumas conversas, percebi que nosso relacionamento não carece urgências, lamúrias nem flores.

Repensei mais sobre meus pretextos e decidi colocar-lhe entre os melhores. O mais gentil; mais gostoso.

Eu gosto do efeito de desafio que assisto em seus versos; no teu modo de se expressar. Tenho bel-prazer em ouvir tua voz quando estás afobado, quando estás com sonolência ou quando acabas de despertar - oh Deus! Qual fora teu sonho? Tomara que eu esteja no meio, cobrindo-me de um longo vestido branco, com flores na cabeça e o olhar focado em você. Gosto da tua sobrancelha, do teu olhar. Eu gosto do teu improviso ao tocar violão, gosto quando te cansas de teclar e me ligas apenas para dizeres absurdos. Eu gosto de ti, de um jeito inusitado, de um jeito insano. De um modo que quiçá um dia gostes também.

Ps.: Não te intimides quando o assunto acabar, me invada de silêncio, meramente, e te esparrames sobre a maior parte do meu peito.